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Gil Duarte

auto-retrato

Os desenhos de Gil Duarte poderiam tanto ilustrar um folheto de literatura de cordel de alguma pequena cidade do sertão nordestino, quanto se fixar numa parede de um viaduto qualquer do centro paulistano, pois misturam com maestria o traço ingênuo e primal da arte naif e as referências urbanas da pop art.

 

A simplicidade colorida das obras de Gil traduz um Brasil que mescla a tradição com a modernidade, o ingênuo traço com a informação caótica e cheia de referências da megalópole. É o jornal sujo de sangue esquecido num banco de praça que se transforma num lambe-lambe colorido, depois de receber selos usados, lacres de maços de cigarro, carimbos de rolhas, letras de gabaritos e um sanfoneiro naif que remete às pinturas vendidas nas feiras livres dos confins do sertão cearense. E esse fragmento ganha sentido depois de adesivado num poste da esquina da Augusta com a Paulista, em pleno coração cultural do Brasil.

 

Gil Duarte procura com sua arte simples mostrar que de onde nada se espera, onde nada se vê, ali existe beleza. De pequenos tocos de lápis e restos de tinta, de rolhas usadas e pedaços de madeira, de letrinhas escolares e livros velhos rejeitados, daí sempre pode emergir uma arte que enche os olhos de cores e significados. Gil recicla os objetos, as ideias e as formas de ver o mundo, para que dessa forma seja possível buscar alegria onde aparentemente só há dor, ordem onde só há caos.

Binário Armada

O pop-naîf-reciclado de Gil Duarte

 

A exposição ‘Binário Armada – o pop-naif-reciclado de Gil Duarte’ almeja mostrar a existência de uma produção artística descompromissada com as academias (o naif), ao mesmo tempo antenada com o que vem acontecendo de mais novo no Brasil e no mundo, com uma linguagem moderna e contestadora (a pop art), e elaborada em suportes bem comuns ao cotidiano das pessoas das grandes cidades, que usam e descartam tudo, sem se preocupar com o destino daqueles objetos (a reciclagem).

 

A expressão ‘Binário Armada’ veio da tentativa de fundir elementos antigos, coisas descartadas, coisas da arte tradicional, com elementos da nova tecnologia, como programas de computador, imagens da net, ‘samplers’ visuais.

 

Binário remete à linguagem computacional, codificada. Armada equivale a nau, navio. Uma nau prestes ao bombardeio artístico, seja ele sonoro, visual, sensorial. Vale lembrar que o nome ‘bombardeio’ era a antiga denominação das intervenções do grafite, arte urbana por excelência.

 

Binário Armada seria então a nau que conduz a arte no mar de informações que é o mundo moderno, ‘cyberespacial’, codificado, ‘matrixizado’.

 

Serão 40 obras sob diversos temas, entre os quais, árvores, pessoas, reisado, xilogravuras, viagens, etc.

 

A maioria das obras têm formato pequeno (aproximadamente 20cm x 25cm), mas há também alguns exemplares de tamanhos grandes, feitos em suportes alternativos (páginas de livros velhos, papéis de embalagens usadas, etc). Essas obras têm tamanho aproximado de 100cm x 80cm.

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